20 de jun. de 2011

EXERCÍCIO - Textos: "Do Conceito de Função nas Ciências Sociais" e "Da Estrutura Social" de Radcliffe-Brown.


 Confira as duas principais questões atinentes aos textos de Radcliffe-Brown:"Do Conceito de Função nas Ciências Sociais" e  "Da Estrutura Social".

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(Questão - 01) Discuta a hipótese funcional evocada no texto “DO CONCEITO DE FUNÇÃO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS” de Radcliffe-Brown.

 

No texto “Do Conceito de Função nas Ciências Sociais” (1935) Radcliffe-Brown ao apresentar o conceito de função – na página 268 – trata da hipótese funcional. Segundo ele a “ideia da unidade funcional de um sistema social, é evidentemente, uma hipótese. Mas é uma hipótese que, no que diz respeito ao funcionalista, vale a pena pôr à prova por meio de uma observação sistemática dos fatos”. Mais na frente, na página 272, Radcliffe-Brown aponta que “o conceito de função, tal como foi definido anteriormente, constitui uma ‘hipótese de trabalho’ através da qual um certo número de problemas são formulados de forma a poderem ser estudados. Nenhuma investigação cientifica é possível sem a formulação de algumas hipóteses de trabalho.” Esse autor ainda expõe mais adiante dois comentários que elucidam bem essa ideia. “Um deles é no que diz respeito a esta hipótese não implicar uma afirmação dogmática de que tudo na vida de todas as sociedades tem uma dada função. Implica apenas a suposição que poderá ter uma função. O segundo é o que aparentemente diz respeito ao caso de um mesmo costume social, em duas sociedades diferentes, pode ter funções diferentes, em cada uma delas.” Para elucidar esses postulados, Radcliffe-Brown, dá o exemplo da prática do celibato. Segundo ele nos dias de hoje, essa tradição da Igreja Católica, tem uma função bem diferente da que tinha séculos atrás, quando era praticado pela primitiva Igreja Cristã. Neste sentido “para podermos definir um costume social e consequentemente podermos fazer comparações válidas entre os costumes de povos diferentes ou de períodos diferentes, é necessário considerar-se não só a forma desse costume mas também a sua função. Assim, a crença num ser supremo, por exemplo, numa sociedade simples, é diferente da mesma crença numa comunidade civilizada moderna.”Em meias palavras, hipótese funcional, diz respeito ao fato de que tudo numa sociedade deve ter uma função, mas que nem sempre tudo tem função.


(Questão – 02) Faça um texto distinguindo os usos dos termos “estrutura social” e “forma estrutural”, a partir das considerações de Radcliffe-Brown.

 

No texto “Da Estrutura Social” (1940) Radcliffe-Brown expõe respectivamente dois conceitos importantes, o de “estrutura social” e o de “forma estrutural”. Segundo este autor, o primeiro termo - estrutura social, que é o conjunto de relações sociais – diz respeito àquilo que se observa pelo pesquisador na atividade de campo, isto é, os fatos concretos, reais. Conforme  Radcliffe-Brown o termo estrutura social designa a rede de relações que existem realmente. Neste sentido, este autor rejeitava o uso do conceito de cultura em sua análise, pois o considerava desprovido do caráter empírico necessário à análise social. A abstração que o termo sugere seria substituída pela realidade empírica das estruturas sociais, que eram o seu objeto de estudo. Para ele, o indivíduo adquire relevância analítica quando inserido nessa rede de relações, desempenhando os seus diversos papéis.

Por outro lado, “forma estrutural” relaciona-se aquilo que esta no papel, ao modelo descrito pelo pesquisador em campo. Nesse sentido, a forma estrutural seria o padrão das relações que ocorrem na estrutura, tendo como maior característica a constância do mesmo. Ele não nega mudanças na forma estrutural, porém, admite que elas ocorram de uma maneira mais lenta. Isso fica evidente neste trecho de sua obra: “Ao longo da vida de um organismo, a sua estrutura está sempre a ser renovada; da mesma forma, a vida social renova constantemente a sua estrutura social. Consequentemente, as verdadeiras relações entre pessoas e grupos de pessoas mudam de ano para ano e até de dia para dia. Entram novos membros para a comunidade, através do nascimento de crianças ou da imigração; outros membros saem, por motivo de morte ou de emigração. Há casamentos e divórcios. Amigos passam a ser inimigos, ou inimigos podem fazer as pazes e tornar-se amigos. Mas, apesar da estrutura em si se modificar, a forma estrutural geral permanece relativamente constante, durante um período mais ou menos longo. (...)a forma estrutural pode mudar, ás vezes gradualmente, as vezes mais ou menos de repente, como no caso de revoluções ou conquistas militares. Mas, mesmo no caso das mudanças mais revolucionárias, mantém-se uma certa continuidade de estrutura.” Assim sendo, o principal contraste entre essas duas ideias, esta respectivamente, no fato de que a primeira consiste naquilo que se observa em campo, enquanto a segunda é, basicamente, aquilo que é descrito após a observação.

 

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O SUPERORGÂNICO

Nesta resenha, você encontrará as principais idéias do texto de Kroeber, o "superorgânico".

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Alfred Louis Kroeber (1876 - 1960) em seu artigo intitulado, “O Superorgânico” (1917), trás a discussão que visa elucidar a diferença que separa o orgânico e o cultural. Neste artigo Kroeber apresenta a natureza da cultura, que segundo ele é a atividade humana que transcende o plano do orgânico. Assim a cultura é o que o homem acrescenta à Natureza, em virtude da sua própria atividade criadora, ou seja, é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores, enquanto o orgânico seria o que está aí, sem qualquer intervenção prévia do homem. Assim, o orgânico estaria essencialmente ligado aos processos hereditários. Para ratificar isto, nosso autor parte da análise de diversas sociedades, e ao estudá-las ele mostrar o que elas têm em comum, apontando o desenvolvimento histórico e cultural delas e o impacto da cultura sobre a natureza.
Kroeber considera que o homem é um ser superorgânico. Ele é possuidor de cultura, e uma cultura tem uma "vida própria", que é simbólica em vez de genética. É deste modo uma "coisa viva". Que opera entre os seres humanos, então a um nível mais elevado de complexidade que o orgânico. É, portanto “superorgânico”,  justamente por que não necessitar criar possibilidades para modificar seu aparato biológico, pois o mesmo transforma a natureza a sua volta, habitando-a as suas necessidades e não ao contrário. Em outras palavras, o homem, diferentemente dos animais, rompe as barreiras das diferenças ambientais e transforma toda a Terra em seu hábitat. E, através das culturas que se desenvolveram, o homem passou a depender muito mais do aprendizado do que da hereditariedade, deste modo, suas ações e atitudes não estão geneticamente determinadas. Pois a cultura, que é um processo acumulativo, mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem e justifica suas realizações. Em outras palavras, algumas coisas de nossas vidas e constituição provêm da natureza pela hereditariedade, e outras coisas nos chegam através de agentes com os quais a hereditariedade nada tem a ver. Assim, os filhos biológicos de uma família negra também nascerão negros, pela atuação de forças hereditárias.
Em linhas gerais, Kroeber busca neste artigo expressar todo o amplo sentido de cultura e sua evolução histórica, empregando múltiplos exemplos e diversos autores para ilustrar seu texto com o propósito de mostrar a diferença entre costumes humanos (cultura) e natureza, além de reforçar a diversidade de fatores que aludem este debate. Assim sendo, o homem é um animal social, um organismo social. Ele tem constituição orgânica, mas tem também civilização.
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13 de jun. de 2011

A PLATAFORMA LATTES

 



Surpreendente como a autora, é esse artigo. Nele encontramos, de forma sucinta e esclarecedora, uma reflexão sobre a Plataforma Lattes.
  
Realmente imperdível.




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A PLATAFORMA LATTES

                                                                                                                 Ângela Metri[1]

 “Há qualquer coisa de errado em vossas condutas que vós mesmos devem avaliar. A começar por uma consulta a vossos currículos, pois eu tentei e de muitos não encontro registros na academia. Muitos dos que nos criticaram nestes últimos tempos aparentemente não têm produção acadêmica. (...) nem um mísero e modesto currículo à disposição na Plataforma Lattes do CNPQ”.    (Renato Kilpp) [2]
          
     Comentário como esse me transmitiu um sentimento de melancolia ligado à privação da presença do meu querido e sábio professor argentino, Ricardo Scaricabarozzi,[3] com quem estive durante muito tempo, na década de 80, trabalhando ao seu lado, aprendendo e exercitando o ato de pesquisar. Realmente ele fazia ciência. Veio à minha memória seu jeito de dizer, com certa ironia cáustica: “o seu país adora papéis”. Imagine se tivesse vivenciado essa época da produção flexível, com suas políticas monetaristas de ajuste ultraliberal, em que a produção do conhecimento assume cada vez mais o caráter comercial. Os sistemas universitários transformaram-se em empresas produtoras de conhecimento, que demanda currículos mais reduzidos com a finalidade de preparar profissionais com maior rapidez e agilidade, atendendo ao princípio da “flexibilidade”, tão a gosto do mercado. Esta lógica vem envolvendo os cursos de graduação e os programas de pós-graduação, com suas dissertações e teses ágeis e enxutas, para poder atender às exigências das agências financiadoras, cujos recursos convertem-se em contrapartida proporcional ao número de teses defendidas em tempo hábil. Hábil no sentido de rapidez e não de conhecimento profundo. A lógica é a da taxa de retorno como a produção de qualquer bem privado, transfigurando a excelência acadêmica que passa a ser medida por critérios de custo/benefício puramente quantitativos: volume de aulas e de produção “científica”. Não é à toa que Maria José, na época, pró-reitora de pós-graduação da UFPB, ao proferir uma palestra aqui no Centro de Extensão, evidenciava a grande façanha vivida nos últimos cinco anos pela Universidade Federal da Paraíba que, apesar de ter sofrido uma grande redução dos recursos financeiros destinados à pesquisa, havia triplicado o seu número de mestres e doutores. No momento interroguei como elucidar tamanho paradoxo? E enfatizei a hipótese, que havia sido recentemente levantada por Bresser Pereira – por incrível que pareça! – sobre o processo de banalização da produção do conhecimento, que as universidades estavam vivenciando, numa conjuntura em que se delimitava o tempo para a produção científica. Outro fator que teria favorecido ainda mais esta banalização estaria na espantosa concentração do poder econômico na edição de livros e em toda a imprensa, transformando-se não apenas em uma arma de controle ideológico sobre o fluxo de informação, como ressalta Harvey (1992), mas, também, possibilitando qualquer pessoa publicar qualquer coisa, desde que banque a publicação da “obra prima” para algumas editoras. Com certeza elas não vão estar preocupadas com o teor científico da obra, nem mesmo se terá grande aceitação no mercado, basta que o autor sustente financeiramente a primeira edição. Depois disso, o livro pode mofar nas prateleiras das livrarias locais, o importante é que conste na plataforma LATTES.  Na minha memória vem novamente as palavras do meu inesquecível professor Scaricabarozzi, quando lhe interrogamos, certa vez, sobre os critérios adotados pela comunidade acadêmica para julgar o valor científico de um trabalho. E ele respondeu com aquela seriedade de sempre, que o número de citações, o número de vezes em que um autor é mencionado por outros, torna-o uma referência no mundo científico. Portanto, não é a publicação em si que dá a garantia da cientificidade a um trabalho. O que eu quero dizer é que nem sempre os que publicam são mais competentes do que esses que não estão tão preocupados com isso, aqueles apenas se adaptaram às regras do jogo da atual vida “científica”, notabilizada por uma produção em série, sem tempo para reflexão, apenas descrevendo os fenômenos na sua forma imediata, sem nenhuma crítica, numa aceitação passiva dos padrões ditados pelas instituições acadêmicas burguesas. O tempo urge na corrida pela coleção de papéis, sem nenhuma relevância.
            Portanto, na minha maneira de ver, ter o currículo na plataforma LATTES não é referência para se medir a produção científica de ninguém, mas, não há dúvida nenhuma, que pode servir para se tirar ganhos e proveitos auferidos nas transações com as universidades particulares, que precisam desse currículo para ter o reconhecimento do MEC, bem como, junto às agências financiadoras de bolsas de pesquisa e junto às burocracias do Estado e regimes locais.  Petras diz que “os intelectuais institucionais são prisioneiros de seus próprios e estreitos laços profissionais”. [4] O autor refere-se a  vinculação vertical, existente hoje, dos intelectuais, nas suas estratégias de sustento material, com os organismos públicos e privados. Katz, de forma semelhante, fala da nova “burocracia acadêmica”, fabricada pelo processo de privatização e elitização das universidades, e considera que as agências estrangeiras e os governos civis privatizadores “financiaram a transformação do intelectual crítico em apologista de seu novo status social”. [5] Felizmente, apesar de simples mestre e com pouco acúmulo de papéis, não perdi ainda minha capacidade de reflexão.
Com isso não quero dizer que o banco de dados do LATTES, como qualquer informação disponível para a comunidade acadêmica, não seja importante ou que os grandes intelectuais desse país não tenham seus currículos a disposição na plataforma LATTES
           
                                                                                             


[1] Professora da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande - PB
[2] Professor de Economia Política da Unidade Acadêmica de Economia da Universidade Federal de Campina Grande - PB
[3] Graduado em Engenharia Civil, em 1960 na U.B.A, onde começou sua carreira como docente e investigador, atividades que manteve ao longo de toda a sua vida. Foi autor de numerosos artigos nos campos da magnetohidrodinâmica, eletrofuidodinâmica e feômenos de transporte de calor e massa, publicados em revistas internacionais ou apresentados em congressos e reuniões científicas. Dono de uma ampla cultura, também fez aportes originais sobre o desenvolvimento da ciência na América Latina, política cientifica e tecnológica, a história de algumas Universidades latinoamericanas e a interação entre investigação científica e industria. Com o golpe militar em 1976, abandonou a Argentina, todavia permaneceu na América Latina. Primeiramente na Colômbia – Universidad del Cauca, Popauán – onde desenvolveu a docência e investigação. Em 1978 aceitou o convite para trabalhar no Departamento de Física da UFPB, situado em Campina Grande, na qual também desempenhou a função de coordenador do Núcleo de Política Ciêntífica e Tecnológica.  Faleceu em Buenos Aires, em 27 de maio de 1992.
[4] PETRAS, James. Os intelectuais em retirada. In: Marxismo Hoje. Organização: Osvaldo Cogiola. S. Paulo: Xamã, 1994.
[5] KATZ,  Cláudio. O pós-marxismo: uma crítica. In Marxismo Hoje. Organização: Osvaldo Cogiola. S. Paulo: Xamã, 1994.
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11 de jun. de 2011

O mais impressionante no caso de Cesare Battisti

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A essa altura do campeonato, até os mais desatentos, já estão sabendo do caso de Cesare Battisti. 
Bom,eu não estou aqui para dizer que a decisão do Brasil, de não extraditar-lo para Itália, esta certa ou errada, mas para evidenciar uma coisa bastante curiosa que percebi nisso tudo: o Brasil não arregou para a Itália, nem sob tanta pressão o Brasil desfez sua decisão! Gente, isso é um marco. E o Brasil ainda vai contratar os serviços do escritor, que já foi liberto, para que ele permaneça no território brasileiro, dá pra você?!
Eu não sei, repito, se isso esta certo, ou se esta errado. Mas sei, que nesse angú tem muito caroço, porque o Brasil não ia cortar relações com a Itália, assim de graça, só por simpatia ao Battisti, não não. 
 
Mas, essa não é a primeira vez que o Brasil tem se imposto perante o mundo lá fora, no caso das relações entre Brasil-Irã, também foi bastante criticado, pelos EUA, mas nosso ex-presidente Lula, não arregou por recorrência das críticas. Certo ele, ora bolas, os EUA também querem botar 'bocão' em tudo, só a misericórdia.

Pelo que vejo, humildemente, percebo que a conjuntura do nosso país esta mudando, apesar de tantos pormenores que ainda enraízam nossas estruturas. A atual gestão, tão cheias de falhas, tem mostrado ao exterior que somos sim uma nação soberana. Isso é tão impactante, mas tão impressionante, que nem o povo europeu entendeu: não aceitavam a decisão do STF em livrar o Battisti. Será que se essa briga fosse tratada entre Itália e EUA, o Silvio Berlusconi ousaria dizer: - O que vocês querem? Que eu declare guerra aos EUA? Tenho certeza que não, mas como não foi EUA, foi Brasil, ele  disse: "O que vocês querem? Que eu declare guerra ao Brasil? Eu não posso declarar guerra ao Brasil.." Se pudesse declarava? Acho que essas palavras são muito fortes, principalmente partindo de uma autoridade como a dele.
Não, ótimo foi à declaração de alguns lá da  Itália que falaram que iam boicotar a Copa,  que iam cortar relações, com nosso país... que baixaria! Tão muito mal acostumadinhos a mandar e desmandar, em tudo que é canto, mas dessa vez, tiveram que engolir no seco, e isso é  bom  para que vejam, que as coisas por aqui estão mudando, a passos de tartaruga, mas estão mudando. E se foi o caso do Cesare Battisti que fez com que eles vissem isso, que bom, porque antes tarde do que nunca. 

Enfim, "nunca na História desse país" eu vi uma coisa dessas...Assistam os vídeos, fiquem por dentro, e não deixem de comentar...




FONTE: http://www.tiagosousa.net/2011/06/esquerda-comemora.html
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