4 de jul. de 2011

RESUMO: Karl Marx


Neste resumo você encontrara as princípais ideias atinentes a teoria do valor-trabalho, 
na perspectiva de Marx, assim como as similitudes e as divergências com Smith e Ricardo. 
Confiram!
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O alemão Karl Heinrich Marx (1818 - 1883) foi um filosofo e intelectual, fundador da doutrina comunista moderna, e também atuou como economista, historiador, teórico político e jornalista.

Influenciado pelo, também, filosofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 - 1831), Marx desenvolve suas primeiras noções acerca do materialismo. Ele aproveitou a ideia da dialética (proporcionada por Hegel) e aplicou-a aos seus estudos atinentes a estrutura capitalista, afirmando que as origens da mudança social são todas materialistas.  O que Marx fez foi inverter a dialética idealista (defendida por Hegel) para a realista, ou melhor, Marx não admitia a dialética hegeliana idealizada, que aborda o movimento do espírito, mas sim a dialética materialista que partia dos fatos reais, que vai do concreto ao abstrato. Em linhas gerais, para Marx seria a mudança do mundo concreto que acarretaria as mudanças no mundo real, e não ao contrário – como defendia Hegel.

E foi partindo desses postulados que K. Marx desenvolveu os estudos acerca da maneira de produzir de cada sociedade (mais especificamente da sociedade capitalista). Segundo o alemão os modos de produção de uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção (seja esses modos primitivos, escravistas, feudais, capitalistas, etc.) definiam a base econômica da sociedade e também toda sua estrutura. 

Portanto Marx não era positivista, pois ele considerava que o capitalismo seria substituído por outra etapa de produção, enquanto Smith e Ricardo consideravam o capitalismo como a etapa de desenvolvimento de mais alto grau. Esse estudo de Marx também se destaca por avançar na teoria do valor-trabalho (considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, através dos custos do trabalho incorporados ao bem.), e nas explicações das contradições econômicas.

       Os fundamentos e aspectos teóricos de Smith, Ricardo e Marx consolidaram o trabalho com fonte de valor, sendo que este último, além de elaborar a teoria do valor, pôs em evidência o aspecto ontológico-transformador do trabalho.

A teoria econômica apresentada por Smith é essencialmente uma teoria de crescimento econômico que identifica a riqueza pelo trabalho “produtivo”. Porém, Smith se perde na tentativa de formular sua teoria do valor-trabalho ao se defrontar com o lucro (excedente). Pois ele não consegue explicar a existência deste excedente e, conseqüentemente, não consegue entender o que é capital e, sobretudo, a propriedade privada.

David Ricardo, desenvolve com mais cuidado a teoria do valor-trabalho. Para ele, a medida de valor é igual ao tempo de trabalho contido na mercadoria (trabalho incorporado), porém, o trabalho incorporado não é igual ao trabalho comandado, pois se o fosse, a remuneração do trabalhador deveria ser sempre proporcional ao que ele produz e não o é. Ricardo desconsidera o trabalho comandado e por isso não entra na questão da mais-valia: a existência do lucro não interfere na sua teoria do valor. Este autor traz um avanço à teoria do valor e, ao mesmo tempo, uma regressão à teoria do excedente.

Marx ao tratar da teoria do valor observa, assim como Smith, que a troca de produtos do trabalho consiste na troca do próprio trabalho. Pode-se dizer que a troca de trabalho é um reflexo da divisão social do mesmo, já que cada homem necessita do esforço alheio para satisfazer suas necessidades, pois ninguém produz tudo que necessita. Para explicar sua teoria, Marx, parte da mercadoria e caminha para determinação do valor, afirmando que o momento da troca é o momento da igualdade, sendo que esta não se realiza sem igualdade.Assim, ele toma o trabalho como conteúdo do valor, mas para isso, esclarece os conceitos de valor de uso e valor de troca, reconhecendo o duplo caráter do trabalho: seu aspecto concreto e abstrato. Ele desfaz uma problemática estritamente ricardiana: a confusão entre valor do trabalho e valor da força de trabalho, explicitando, então, a mais-valia.

Nesta analise, Marx estava interessado em explicar a natureza da relação social entre capitalistas e trabalhadores, em meias palavras, entre salários e lucros. E foi partindo do estudo da mercadoria que o filosofo chegou a outros elementos que compunham sua analise. Para Marx a mercadoria é a célula econômica da sociedade capitalista – apesar da mercadoria ser um fenômeno anterior ao capitalismo, é nele que a mesma toma proporções gerais. Isto porque, na etapa de desenvolvimento capitalista tudo o que é riqueza (tudo o que é produto humano) assume o papel de mercadoria. Marx aponta que a mercadoria possui duas características essenciais: primeiramente, era “uma coisa que, por suas propriedades, satisfazia as necessidades humanas”, isto é, tem um caráter útil, um valor de uso. Apesar de não ter qualquer ligação definida com “a quantidade de trabalho necessário para a apropriação de suas qualidades úteis”. Em contrapartida, a segunda característica diz respeito ao valor de troca. Este valor de troca de uma mercadoria seria a relação entre a quantidade dessa mercadoria que se poderia conseguir em troca de uma certa quantidade de outra ou outras mercadorias. Em meias palavras, valor de troca é a forma que o valor (abstrato) assume na troca (no mercado), tornando-se assim uma substância concreta. Por outro lado o valor é a substância que confere o caráter econômico aos produtos e o mesmo, segundo Marx “só existe historicamente quando o trabalho produtivo não é imediatamente social. Este é, nessa sociedade, mesmo que o que foi produzido seja consumido, e portanto exista uma interdependência mútua, não existe consciência de uma relação social entre as partes.”

Para Marx o trabalho é ao mesmo tempo concreto e abstrato. Assim sendo, na análise de Marx, o trabalho concreto é o útil, cuja função é criar valores de uso; enquanto trabalho abstrato é aquele que produz valor e mais-valia para aquele que compra a mercadoria trabalho. 

Marx, diferentemente de Ricardo e Smith, faz uma distinção entre o trabalho e a força de trabalho. Segundo ele, o trabalho é um processo, uma atividade dinâmica, e por isso não pode ser vendido, pois “no momento em que começa realmente o seu trabalho — disse Marx — este deixa logo de lhe pertencer e o operário não poderá portanto vendê-lo.” Poderia, quando muito, vender o seu trabalho futuro, isto é, comprometer-se a executar um dado trabalho num tempo determinado. Mas então o operário não vende trabalho (que ainda teria de ter lugar); põe sim à disposição do capitalista a sua força de trabalho, a troco de um salário determinado, por um determinado tempo ou para determinada tarefa: ele aluga ou vende a sua força de trabalho. Mas essa força de trabalho (que nada mais é do que uma mercadoria) faz um com a sua própria pessoa e é inseparável dela. Sendo assim, o trabalhador não pertence mais a ele mesmo, mais ao capital, porque ele vendeu a sua força de trabalho, ele passa a ser o capital variável.

Marx ainda explica a mercadoria e a contradição entre Valor e Valor de Uso. Conformes seus argumentos esta contradição está inerente na forma da unidade mercadoria. Isto porque para se definir enquanto tal, a mercadoria deve satisfazer necessidades - ser um valor de uso - e,  ao mesmo tempo, ser capaz de trocar-se por outras - ser um valor. Essas duas categorias formam uma contradição já que uma mesma mercadoria ora se apresenta como valor, ora como valor de uso, nunca como os dois ao mesmo tempo. Quando um produtor leva a sua mercadoria para a troca, ela se encontra nessa situação enquanto um valor e um não-valor de uso, para o seu produtor. Nesse momento, este último está negando (alienando) o valor de uso de sua mercadoria, com o objetivo de apropriar-se de um outro, distinto daquele que produziu. Se essa mercadoria fosse reconhecida por ele como um valor de uso, ele não a trocaria, visto que estaria interessado em suas propriedades materiais úteis, e não na sua capacidade de ser trocada. Nessa situação, a mercadoria seria um valor de uso e um não-valor, ao mesmo tempo.

Outro ponto abordado por Marx diz respeito à distinção entre circulação simples e a circulação capitalista de mercadoria. Segundo ele a primeira destas configurações de circulação caracteriza-se pelo domínio da relação-valor, ou seja, do dinheiro. Enquanto que na segunda a relação-capital agrega-se à relação-valor e o meio circulante compõe-se, crescentemente, do dinheiro de crédito ao invés do dinheiro. Estas duas situações são denominadas, respectivamente, com as expressões ‘sistema monetário’ e ‘sistema de crédito’. Portanto, a esfera da circulação internacional, sob a hipótese da circulação simples, constituiria o ‘sistema monetário internacional’, e sob circulação capitalista o ‘sistema de crédito internacional’.

A acumulação do capital por sua vez designa, na perspectiva de Marx, a relativa redução da força de trabalho em relação ao emprego de máquinas e equipamentos. Deste modo, a cumulação de capital torna-se a força motriz do sistema capitalista. Que tem como característica fundamental e distintiva a mais-valia (que é aquele valor que o trabalhador cria além do valor de sua força de trabalho. Se considerarmos 8 horas a jornada de trabalho, 4 horas ele trabalhou para si e 4 horas para o capitalista). Esta ultima por sua vez, possui formas particulares, são elas: mais-valia absoluta (quando o capitalista estende a duração da jornada de trabalho, do empregado, mantendo o salário constante), mais-valia relativa (quando o capitalista amplia a produtividade física do trabalho pela via da mecanização), e também mais-valia extraordinária (que é quando um progresso tecnológico inovador é obtido por parte de capitalistas isolados o que permite que ele sozinho reduza o tempo de trabalho socialmente necessário para produção daquele produto que ele está produzindo – sendo ele desta forma premiado pelo mercado. Dentro destes trâmites podemos ainda enxergar dois processos derivados da acumulação de capital, que seriam: a concentração do capital, que se associa perfeitamente ao crescimento econômico; e na sequência, o processo de centralização do capital, que diz respeito ao fato das pequenas e médias empresas serem compradas pelas maiores, ou ainda vários pequenos capitais unirem-se em um só, tornando-se maior. Acarretando, deste modo, uma  aceleração da acumulação do capital: os capitais de maior dimensão estão em melhores condições financeiras do que os de menor dimensão para produzir nova maquinaria e aperfeiçoamento técnico. Assim, a produtividade do trabalho cresce muito mais rapidamente nas grandes empresas capitalistas, aumentando portanto a quantidade de mais-valia e de capital que pode ser acumulado.

A composição técnica do capital é a relação entre capital constante e capital variável em termos de valor-de-uso (capacidade de um bem responder a necessidades específicas. O valor de uso é a serventia de um bem.). É uma massa de meios de produção relacionada com a quantidade de força de trabalho necessária para colocar os meios de produção em ação. A composição técnica se altera devido ao progresso da tecnologia, cujo objetivo é a obtenção de lucros extras no mercado. E o que verificamos é a tendência de constante elevação da composição orgânica do capital, devido ao aumento da produtividade do trabalho. Cada vez mais é necessária uma quantidade menor de trabalhadores para operar uma quantidade maior de máquinas e equipamentos.

Desta forma há uma tendência decrescente da taxa de lucro. E neste ponto Marx discordava de Ricardo e Malthus, pois para eles os salários sobem ou descem conforme a população aumenta ou diminui. E a população aumenta quando os salários estão acima do nível de subsistência e diminui quando estão abaixo deste nível. Marx rejeita essa ideia. Para ele o nível salarial oscila ao redor do nível de subsistência, mas esta oscilação é causada pelo excedente populacional relativo, ou seja, por um excesso de trabalhadores que não consegue emprego, chamado de exército industrial de reserva. Ao contrário de Stuart Mill, a visão de Marx da economia apresentava-se extremamente pessimista, retraindo a taxa de juros e aumentando o n° de trabalhadores desempregados. “A taxa de lucro cai, não por explorar-se menos o trabalho, e sim por empregar-se menos trabalho em relação ao capital aplicado”.

Para Marx, o sistema produtivo não é capaz de absorver toda a população que chega ao mercado. Apenas uma parcela da população trabalhadora é aproveitada no emprego industrial. Há outra parcela que sequer consegue arranjar um emprego e vai engrossar o exército de desempregados. Pertence também a este exército aquelas pessoas empregadas que perderam o emprego. Essa reserva de trabalhadores fica à disposição dos capitalistas e impede que os salários subam muito.

2 comentários:

João Vinicius disse...

"o trabalhador não pertence mais a ele mesmo..."

Nessa parte o Marx falou de min, rsrsr...

Muito bom o resumo.

=)

Unknown disse...

hushushus...não só de vc, mas da grande maioria dos moradores desse mundão!

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