5 de dez. de 2011

Exercício - Geografia Humana e Econômica


Exercício - Geografia Humana e Econômica

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Questões - Respostas

(Questão 01) Qual a diferença entre espaço geográfico e:
Segundo Milton Santos (1997, p. 51), o espaço geográfico é aquele “formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois cibernéticos fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina”.

a)      Paisagem“paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre o homem e a natureza.” (1997, p. 83)

Desta forma, a diferença entre paisagem e espaço geográfico, é que, a primeira (paisagem) é “transtemporal juntando objetos passados e presentes, uma construção transversal juntando objetos.” Enquanto a segunda (espaço), “é sempre um presente, uma construção horizontal, uma situação única. Ou ainda, paisagem é um sistema material, nessa condição, relativamente imutável, espaço é um sistema de valores, que se transforma permanentemente”.

b)      TerritórioEste, por sua vez, é uma dimensão do espaço geográfico que desvincula as relações humanas e sociais da relação direta com a dimensão natural do espaço, extraindo desse conceito a necessidade direta de domínio, também dos recursos naturais, como expressa-se na concepção clássica de território. A natureza, enquanto recurso associada à ideia de território, já não é mais necessária. Nestas territorialidades, a apropriação se faz pelo domínio de território, não só para a produção, mas também para a circulação de uma mercadoria, a exemplo das territorialidades por vezes estudadas, como o território das drogas. Estas novas territorialidades apresentam-se como voláteis e constituem parte do tecido social, expressam uma realidade, mas não substituem, em nosso entender, a dominação política de territórios em escalas mais amplas. Devendo essas, para serem explicadas e não somente descritas, serem inseridas em espaços de dimensão relacional.

c)      LugarLugar constitui a dimensão da existência que se manifesta através “de um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas, firmas, instituições–cooperação e conflito são a base da vida em comum” (Milton Santos, 1997).

v  Neste sentido, o conceito de lugar induz a análise geográfica a uma outra dimensão - a da existência- “pois refere-se a um tratamento geográfico do mundo vivido” (Milton Santos, 1997). Este tratamento vem assumindo diferentes dimensões. De um lado, o lugar se singulariza a partir de visões subjetivas vinculadas a percepções emotivas, a exemplo do sentimento topofílico (experiências felizes) das quais se refere Yu-Fu Tuan (1975). De outro, o lugar pode ser lido através do conceito de geograficidade, termo que, segundo Relph (1979), “encerra todas as respostas e experiências que temos de ambientes na qual vivemos, antes de analisarmos e atribuirmos conceitos a essas experiências”. Isto implica em compreender o lugar através de nossas necessidades existenciais quais sejam, localização, posição, mobilidade, interação com os objetos e/ou com as pessoas. Identifica-se esta perspectiva com a nossa corporeidade e, a partir dela, o nosso estar no mundo, no caso, a partir do lugar como espaço de existência e coexistência.
Mas o lugar pode também ser trabalhado na perspectiva de um mundo vivido, que leve em conta outras dimensões do espaço geográfico, conforme se refere Milton Santos (1997), quais sejam os objetos, as ações, a técnica, o tempo.

d)     RegiãoDa mesma forma que os demais conceitos, região apresenta-se como um conceito com inúmeras variantes.
Sua concepção mais recente adquire significados múltiplos, incluindo a dimensão cultural. Nos últimos anos pode-se observar a possibilidade de região ser compreendida como proposição política sob um espaço, pode ser compreendida como expressão de uma forma de especialização do trabalho, como também ser compreendida como espaço identitário para um determinado grupo social, que se consolida nos regionalismos e que se expressa pelo hibridismo do politico, do econômico e do cultural, enquanto construção de representações que fortaleçam a identidade.

v  Qual das categorias ajudará o sociólogo a melhor entender a sociedade?

A categoria região é uma das que auxilia o sociólogo a melhor entender a sociedade, por que esta, que é vista pelo sociólogo como uma construção de espaço vinculado que advém da forma como, na contemporaneidade, sob a lógica do Modo de produção Capitalista, se organiza o processo produtivo. Além disso, a concepção mais recente de região inclui a dimensão cultural, e como já foi colocado acima: “Nos últimos anos pode-se observar a possibilidade de região ser compreendida como proposição política sob um espaço, pode ser compreendida como expressão de uma forma de especialização do trabalho, como também ser compreendida como espaço identitário para um determinado grupo social, que se consolida nos regionalismos e que se expressa pelo hibridismo do politico, do econômico e do cultural, enquanto construção de representações que fortaleçam a identidade.” (SUERTEGARAY, 2000). Também, a partir da categoria lugar, o sociólogo pode se beneficiar, já que esta última busca entender a existência objetava e subjetividade dos indivíduos.

(Questão 02) Explique a diferença entre o espaço do geografo e o espaço do sociólogo.
A noção de espaço, para o sociólogo, é uma noção difícil de ser compreendida numa única definição. Este, de fato, procura captar a especificidade do conceito em relação ao espaço geográfico, levando em conta a imagem que os homens têm de seu próprio espaço social. Esta imagem repercute no real. Isto é, o espaço do sociólogo é subjetivo, é um reflexo deformado do espaço objetivo, pois reage sobre este.
Por outro lado, o espaço do geógrafo corresponde àquilo que Durkheim denominou substrato dos fatos sociais. Desta forma, a noção de espaço para o geografo é consubstancial. Por isso que sua atividade repousa, em primeiro lugar, nas técnicas cartográficas, pois é dai que ele tira suas hipóteses de trabalho. Não certezas quanto a relações de casualidade, mas hipóteses que o conduzem a outras explicações. Assim sendo, a prudência é a regra, e justamente por isso, o sociólogo não pode ignorá-lo.

(Questão 03) Como a noção do espaço foi concebida na:

a)      Geografia territorial Para a geografia tradicional, o espaço não se constitui um conceito-chave. Contudo, está presente na obra de Ratzel e de Hartshorse, mas de modo implícito. Para Ratzel o espaço é visto como base indispensável para a vida do homem, encerrando as condições de trabalho, quer naturais, quer aqueles socialmente produzidos. Sendo assim, para este autor o domínio do espaço transforma-se em elemento crucial na história do Homem. Por outro lado, Hartshorse coloca o espaço como absoluto, isto é, um conjunto de pontos de tem existência em si, sendo independente de qualquer coisa.

b)      Geografia teorético-quantitativa Nesta perspectiva, a geografia passa a ser considerada como uma ciência social (Schaefer), e até mais além, como afirmava Bunge, quando expunha que a geografia deveria ser vista como uma ciência espacial. Neste contexto, o espaço aparece, pela primeira vez como conceito-chave da geografia. E ainda, esse conceito (espaço) é visto sobre duas formas: de um lado a noção de planície isotrópica (é uma construção do espaço que resume uma concepção de espaço derivada de um paradigma racionalista e hipotético-dedutivo), de outro, de sua representação matricial.


c)      Geografia crítica Esta, por sua vez, fundou-se no materialismo histórico e na dialética. E por isso, procura romper com a geografia tradicional e com a geografia teorética-quantitativa. E, novamente o espaço aparece como conceito-chave. Debate-se, de um lado, se na obra de Marx o espaço está presente ou ausente e, de outro, qual a natureza e o significado do espaço. Outra preocupação dos geógrafos críticos esta na identificação das categorias de analise do espaço. Em meias palavras, na concepção da geografia critica o espaço é concebido como locus de reprodução das relações sociais de produção, isto é, reprodução da sociedade.


d)     Geografia humanista e cultural Semelhante a geografia crítica, a geografia humanista e cultural é uma crítica a geografia de cunho lógico-positivista. Por outro lado, esta se opõe as geografias critica e a teorético-quantitativa, já que a geografia humanista está assentada na subjetividade, na intuição, nos sentimentos, na experiência, no simbolismo e na contingência, privilegiando o singular e não o particular ou o universal e, ao invés da explicação, tem na compreensão a base de inteligibilidade do mundo real. Segundo Tuan (1979) no âmbito do espaço da geografia humanista consideram-se os sentimentos especiais e as ideias de um grupo ou povo sobre o espaço a partir da experiência. Tuan argumenta que existem vários tipos de espaços, um espaço pessoal, outro grupal, onde é vivida a experiência do outro, e o espaço mítico-conceitual que, ainda que ligado à experiência, “extrapola para além da evidencia sensorial e das necessidades imediatas e em direção a estruturas mais abstratas”. 
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Bom Pessoal, não recebi a correção desse exercício por isso, se alguém quiser sugerir alguma alteração, será bem vinda.

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