Fichamento: A sociedade de corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte - Capítulo 6 a 9.
CAP
6 - O rei prisioneiro da etiqueta e das
chances de prestígio
Pag 132
·
Ponto fraco da
nobreza
-> para permanecer na elite precisa segregar os outros grupos (marcando a
distinção) e se autoafirmar constantemente.
- Isso atende as necessidades de dominação do rei, que usa disso para submeter a
nobreza
- Forma uma corrente de interdependência que envolve rei e nobreza.
Ex 1: Pode ser
rompida se um nobre, por exemplo, parar de se importar com os valores da
nobreza.
·
O rei tinha
interesse na manutenção da nobreza como camada distinta e separada.
-
Porque o Rei fazia parte da nobreza, era chefe (pois estava acima) e também membro
dela.
- A ruína da
nobreza era a ruína de sua própria casa.
·
Etiqueta – o
Rei também cultivava, mas para ele tem outro sentido
-
não
era só um instrumento de diferenciação ou
mera cerimonia, mas também de DOMINAÇÃO dos
súditos. (133).
- é preciso
marcar uma distancia, quanto maior a distancia, maior o respeito
- a etiqueta era a manifestação mais
visível da distinção e dominação do rei.
- o fim da
nobreza – se manter nobreza;
- o fim do
rei – se manter rei.
·
CORTE como
estrutura de dominação - prescreve as vias e meios específicos de dominação do REI
- é a figuração
central de toda a estrutura de dominação, por meio dela o rei governa a região
mais ampla.
·
TAREFA: 1
tornar compreensível esse campo de atuação do rei como meio de dominação; 2
como a corte se constitui paralelamente nessa estrutura e como se reproduz de
geração em geração
PAG 134
QUESTÃO: como se define as interdependências que ligam entre si os cortesões,
campo de dominação do rei?
·
REI – se
encontra numa situação única. Não sofre pressão vinda de cima.
·
os demais cortesão
sofrem pressão vinda de cima, dos lados e de baixo.
·
A pressão vinda
de baixo não é INSIGNIFICANTE.
- Mas os
súditos do rei não agem todos na mesma direção. LUTAM UNS CONTRA OS OUTROS >
ANULANDO suas forças sobre o rei.
- todos concorrem
individualmente por chances de prestigio, estão divididos internamente
- Frágil balança
de tensões.
-Cabe ao REI vigiar continuamente
para que as divergências dos súditos trabalhem ao ser favor
- Método que o
rei a união da corte contra ele: PROMOVE E MANTEM o equilibro de tensões na corte –
pressupostos de sua dominação. (P. 135)
·
Weber: tipologia das formas de dominação -> destaque
-> dominação carismática: dominação de tempos de crise > Caráter
extraordinário - > a não ser que a guerra a crise vire rotina
·
Dominação
carismática - Guia o grupo central, precisa provar sua capacidade
constantemente, previsibilidade menor, possibilidade de planejamento restrita,
nenhuma etiqueta ou mecanismo pode ajuda-lo, sua capacidade individual precisa
se confirmar sempre. Tem que confiar no seu grupo central; líder se aproxima
pessoalmente dos homens
·
dominação
absolutista - cercado pela corte – guia elites na sua rivalidades internas,
busca minimizar os riscos de intervenções, explora as tensões em seu beneficio,
alto grau de calculo; nunca pode confiar nos súditos; homens buscam se
aproximar do líder
·
Luis 14 exemplo
de soberano conservador tradicional > há situações que para ser
controladas requerem calma e mediocridade (medianidade).
o
Tinha que impedir que os súditos se voltassem contra ele.
o
Pra isso não precisou conquistar as pessoas nem criar nada
novo (como faria o líder carismático), mas sim em preservar a estrutura de
dominação existente. Manter o curso das que mantinham os grupos separados entre
si.
o
Tinha que saber guiar as pessoas (142) e supervisiona-las
o
Observação e supervisão > instrumento de defesa
o
O sistema já estava pronto, só precisava então bom sens, não
precisava de um espirito inventivo para reinar. 144
·
Diferença na figuração e não entre os indivíduos 145
·
A DIFERENÇA
entre Racionalidade de valor e
racionalidade de fins perde sua força.
o
A racionalidade de ‘valor’ constitui-se de ações praticadas
cujas conseqüências previsíveis não são consideradas porque se dão com base em
convicções éticas, religiosas, morais ou estéticas.
o
Segundo Weber (1999, p. 16, grifo do autor): “age de maneira
racional referente a fins quem orienta sua ação pelos fins, meios e
conseqüências secundárias, ‘ponderando’ racionalmente tanto os meios em relação
às conseqüências secundárias, assim como os diferentes fins possíveis entre si”
o
Em ambos os casos a "dominação"
é ao mesmo tempo um fim autêntico e um valor autêntico para seu detentor.
Os instrumentos que servem para assegurar essas "dominações" também participam simultaneamente da
"racionalidade de fins" e da "racionalidade de valor". 146
·
Particularidade
do rei Luis 14 que teve o trono ameaçado. Luis 15 não teve esse problema
o
Fetiche por
prestigio - sede
de prestígio do próprio rei, na exigência de não apenas possuir o poder sobre
os outros, mas também de vê-lo constantemente reconhecido, por meio das
palavras e dos gestos de todos.
o
reivindicações
de prestígio muito acima das financeiras, considerando estas últimas em certa
medida como acessórios daquelas 148
·
2 fatos estão
entre as condições decisivas da sua grandeza como rei:
o
1 - o fato de ele
ter desenvolvido as chances que sua posição lhe oferecia visando a glória e o
prestígio do rei — dele mesmo —,
o
2 - o fato de suas
inclinações pessoais tenderem para a mesma direção.
·
ACORDO GERAL: entre o rei e
as camadas superiores, tinha suas raízes na igualdade da motivação primordial, da motivação pelo prestígio.
o
Guerras aumentava sua
reputação 149
·
AUTOENGAJAMENTO
do rei - não
podia submeter os outros indivíduos sem submeter-se a si mesmo.
·
a etiqueta e o cerimonial são instrumentos de dominação,
formas de expressar a coerção que o próprio poder exerce sobre o seu
detentor.
·
QUESTÃO: como conservar
durante tanto tempo seu controle sobre todo esse esquema multiforme?
o
RESPOSTA: acham-se na sociedade de corte, de um modo aberto
e em larga escala, alguns fenômenos que são encontrados atualmente de modo
muito mais velado e dissimulado sob a superfície das organizações altamente
burocratizadas.
·
CRÍTICA A PARSONS: 154-155
o
Enquanto uma teoria sociológica da ação normalmente é
fundamentada na representação de um indivíduo singular destacado de um sistema
social, a teoria dos sistemas costuma basear-se na representação de um sistema
social destacado dos indivíduos singulares
o
CONCEITO DE FIGURAÇÃO: é neutro. Ele pode se referir a
relações harmoniosas, pacíficas e amigáveis entre as pessoas, assim como a
relações hostis e tensas.
o
QUESTÃO: Será que, com isso, o problema da relação entre o indivíduo e a sociedade se encontra mais
perto de uma solução?
o
RESPOSTA: É necessário avançar mais alguns passos, se
quisermos mostrar pelo menos o esboço de uma solução.
§ as figurações
que os indivíduos formam entre si possuem a particularidade de poder continuar
existindo, com poucas exceções, mesmo quando todos os indivíduos que as
constituíram em determinado momento já estão mortos e seu lugar já foi tomado
por outros.
·
QUESTÃO: Em que sentido
podemos dizer que se trata em ambos os casos de uma figuração específica, para
a qual se usa o mesmo conceito — a figuração de uma "corte" e de uma
"sociedade de corte"?
o
A teoria sociológica
da interdependência, que serviu de fio condutor para as investigações
precedentes e que, por sua vez, ganhou precisão e clareza por meio delas,
atém-se estritamente aos fatos. 157
o
Assim, por meio de tal análise figuracional orienta-se a
pesquisa histórica e social por uma via que torna possível uma maior
continuidade da pesquisa. As conexões que vêm à tona aqui não são determinadas
por ideais preconcebidos do pesquisador; para que possamos percebê-las e
elaborá-las de modo claro e distinto, muitas vezes é preciso fazer uma
abstração de nossos próprios ideais 157
o
RESPOSTA: Não podemos
saber o que a palavra "liberdade" significa genericamente enquanto
não compreendermos melhor as coerções que os indivíduos exercem entre si,
sobretudo as necessidades humanas moldadas socialmente, pelas quais eles se tornam
dependentes uns dos outros.
o
a investigação detalhada de uma determinada sociedade
fornece material para uma investigação do problema teórico mais genérico,
acerca da relativa dependência ou independência dos indivíduos em suas relações
recíprocas. Da mesma maneira, essa investigação mais geral também auxilia no
esclarecimento daquela primeira, mais detalhada. 159
o
EXEMPLO: Jogo De Xadrez - É isto que
expressa o conceito de interdependência: como em um jogo de xadrez, cada ação
decidida de maneira relativamente independente por um indivíduo representa um
movimento no tabuleiro social, jogada que por sua vez acarreta um movimento de
outro indivíduo — ou, na realidade, de muitos outros indivíduos —, limitando a
autonomia do primeiro e demonstrando sua dependência 158
***
CAP
7 - A formação e a transformação da sociedade de corte francesa como funções de
deslocamentos sociais de poder
160
·
Toda forma de
dominação é resultado de uma luta social, é a consolidação do modo de
distribuição do poder que resulta dessa luta. 160
·
o desenvolvimento
social na origem de um regime, é determinante para sua forma
especifica e para seu destino posterior.
o
EX:
o absolutismo prussiano, que só adquiriu uma forma
consolidada e só incluiu a nobreza feudal em sua estrutura de dominação muito
depois do absolutismo francês, pode criar uma estrutura para a qual ainda
faltavam condições na época do estabelecimento do regime absolutista na França.
·
Os reis não se encontravam, de maneira alguma, fora dessa
linha de desenvolvimento
o
Os reis estavam inseridos em uma determinada tradição
§ 1 fato – o rei era o elo da nobreza com a tradição. O rei francês
sentir-se como um nobre, de ter sido educado segundo os costumes e a
mentalidade da corte, de ser formado por esses costumes em termos de atitude e
pensamento. Isso explica
pq país como a França atravessou
toda a Idade Média, até a época moderna, sem uma ruptura verdadeira — em
contraposição a regiões da Alemanha.
§ 2 fato - Os reis franceses travaram durante séculos uma luta
não-decidida com a alta nobreza e seus partidários.161
·
Os reis faziam
parte da sociedade aristocrática, no que dizia respeito aos seus costumes, às
suas formas de comportamento, às suas motivações. Essa
sociedade e sua sociabilidade característica são elementos indissociáveis do
modo de existência deles.
o
TODAVIA o peso que cada
um dos reis tinha dentro de sua sociedade era diferente
o
LUIS 14 –
comportamento com relação a nobreza seguia 2 tendencias que determinam
a posição da nobreza nessa estrutura de dominação:
§ 1 tendência a: produzir e assegurar o poder
pessoal e irrestrito do rei, por meio de todos os gêneros de instituições, em
relação a todas as exigências de poder da pequena e da -alta nobreza.
§ 2 tendencia: conservar a nobreza como ordem
dependente do rei, a serviço dele, mas totalmente diferenciada de todas as
ordens restantes, constituindo a única sociedade adequada e necessária para o
rei, com sua cultura específica. 163-164
·
Já existia na França uma luta entre a nobreza e a realeza há
muito tempo.
o
essa luta finalmente foi decidida em favor da realeza,
o
O aumento
contínuo e extraordinário do poder do reis em relação à nobreza foi
consequência de deslocamentos sociais que se deram fora da esfera de dominação
dos reis ou dos indivíduos e mesmo de determinados grupos de indivíduos.
·
Fluxo de metais
preciosos funcionou como um catalizador (aumenta a velocidade da reação)
o
O aumentou o dinheiro em circulação > Acarretou o uma grande inflação
o
Para os nobres a
inflação significou um profundo abalo, ou até mesmo uma destruição dos
fundamentos econômicos de sua existência.
o
A nobreza
tirava de suas terras rendimentos fixos. Como os preços estavam subindo
continuamente, o produto de seus rendimentos contratuais não supria mais os
seus gastos. 165
·
REI era o único
nobre que NÃO SE PREJUDICOU - sua base
econômica, posição poder e distância social não foram reduzidas por esses
acontecimentos; muito pelo contrário, foram aumentadas
o
Enquanto o rei
estava em ascensão, o resto da nobreza se encontrava em decadência;
o
Houve então um deslocamento de equilíbrio
o
A distância que
Luís XIV passou a manter entre si e a nobreza (distância manifestada
conscienciosamente na etiqueta , por exemplo) não havia sido "criada" simplesmente por ele, mas por todo
esse desenvolvimento da sociedade que dotou a função social do rei de chances
imensas, enquanto diminuía as chances do restante da nobreza.
·
GUERRAS: Igualmente
significativa para o destino dos nobres foi a mudança na prática da guerra que
se realizou no mesmo período. O peso comparativamente grande da nobreza
medieval SE BASEAVA nos empreendimentos bélicos dos nobres.
o
Os nobres tinham que arcar sozinhos com a maior parte das
despesas para os preparativos militares — armaduras, cavalos e armas, tanto
para si quanto para seus homens —, usando os lucros de suas propriedades ou, em
certos casos, os próprios produtos de pilhagens 167
o
ARMAS DE FOGO: Com o
desenvolvimento de armas DE FOGO contra as quais as armaduras não eram mais
eficazes, o equilíbrio social se deslocou em detrimento da antiga nobreza
guerreira.
·
as crescentes chances financeiras, proporcionadas aos
governantes por sua posição social, eram acompanhadas pela redução simultânea
das chances financeiras tradicionais da nobreza rural.
o
a valorização cada vez maior da prática da guerra baseada em
exércitos de soldados com armas de fogo era acompanhada pela desvalorização
simultânea da prática de guerra tradicional dos cavaleiros.
o
Essas circunstâncias diminuíam a dependência do soberano em
relação à nobreza e aumentavam a dependência inversa.
o
O deslocamento
do equilíbrio de forças no relacionamento entre a nobreza e o rei não pode ser
compreendido conceitualmente como se tivesse seu início em uma única esfera do
desenvolvimento social. 168
·
não podemos esquecer o fato de que as antigas relações
feudais estão presentes nessa economia, mesmo transformadas pela corte. Um dos
elementos constitutivos desse comportamento do rei de corte em relação à
nobreza de corte, e vice-versa, é o fato de ele ter se desdobrado a partir da antiga interdependência feudal dos reis
cavaleiros e de seus vassalos e seguidores.
·
QUESTÃO O que restava a nobreza para se fazer indispensável ao rei? Por que o rei
precisava da nobreza?
o
Para manter o
equilíbrio de seu reino, os reis tinham que sustentar a nobreza, mas ao mesmo
tempo precisavam distanciar-se dela. Os reis tinham grande interesse na
manutenção do equilíbrio sempre instável e oscilante. Eles podiam ser ligados à
nobreza de uma maneira especial, por sua origem e costumes. Entretanto, não
podiam atribuir-lhe uma preponderância que colocasse em risco o equilíbrio da
sociedade de Estado, tampouco às corporações burguesas, caso não quisessem
ameaçar os fundamentos de seu próprio espaço de exercício do poder. 187
o
para que o rei
precisava da nobreza: precisava dela como uma "sociedade" sua, e dos
nobres como seus servidores pessoais. O fato de o rei ser servido pela nobreza
o distanciava de todas as outras pessoas do reino. Até mesmo os encargos
militares e diplomáticos da nobreza não passavam, no fundo, de funções
derivadas daquelas funções de corte.
o
Objetivamente, ele precisava da nobreza como contrapeso às
outras camadas de seu reino. A aniquilação da nobreza, a supressão da distância
que a separava da burguesia, o aburguesamento da nobreza, essas coisas teriam
provocado um grande deslocamento do equilíbrio dessa figuração, um
significativo aumento do poder das camadas burguesas e uma dependência dos reis
em relação a elas. Tanto que os soberanos, mesmo sem compreender com clareza o
sentido desse equilíbrio para sua própria posição social em seu reino,
zelavam ciosamente pela preservação das distinções entre os estados, mantendo
assim a condição da nobreza como uma camada própria, bem diferenciada. Contudo,
se os reis precisavam da nobreza e por isso a sustentavam, também tinham de
preservá-la de maneira que o perigo que ela representava para a realeza fosse
suprimido amplamente. 188
·
Francisco I
representou a passagem entre o rei cavaleiro e o rei cortesão 171
o
um traço marcante do caráter de transição desse período É o fato de não haver nenhuma construção
espaçosa o suficiente para abrigar a corte em expansão
o
A CORTE ainda NÃO ESTAVA FIXADA NUM local determinado,
viajando de castelo em castelo 174
o
todas as relações são fluidas nesse período: o ordenamento
hierárquico dos cortesões é instável, a transmissão hereditária de cargos é
mais restrita.
o
Por isso a mobilidade da corte e a vida guerreira não deixam
muito espaço para elaboração de uma etiqueta rígida
o
apesar de todas
as perturbações, revoltas e lutas que marcaram esses séculos, o sistema social
na França voltou sempre a se equilibrar, retomando de modo contínuo a direção
de uma monarquia absolutista
·
LEGITIMIDADE DO
REI - Uma
figuração com tal equilíbrio de tensões, na qual as duas ordens preservavam um
razoável equilíbrio dava ao rei legítimo, aparentemente distanciado de ambos os
grupos, a chance de aparecer pacificador, trazendo para os adversários
esgotados a tranqüilidade ansiada por todos.
o
Era essa uma das principais tarefas de Henrique IV. Ela
também contribuiu de maneira decisiva para a sua vitória.
o
No final, o rei
sempre renovava o seu caráter de aliado de todas as camadas ou corporações ante
as ameaças de outros grupos e corporações que elas, não podiam dominar sozinhas.
o
O REI governava
porque
e enquanto os grandes grupos sociais da burguesia e da nobreza, em acirrada
rivalidade pelas chances de poder, mantinham
a balança em equilíbrio.
o
grupos e
corporações fazem alianças, mas cada um deles teme que o outro possa conquistar
um poder excessivo. Cada um se sente ameaçado pelo poder que o outro adquire, e
essa divisão da França em camadas e grupos, entre os quais nenhum é capaz de
conquistar uma clara supremacia a partir de suas bases sociais, tornava todos
eles dependentes em maior ou menor grau do rei,
dependentes de um pacificador social, da ÚNICA GARANTIA DE UMA RELATIVA
SEGURANÇA DIANTE DA AMEAÇA DOS RIVAIS. 185
o
O fator decisivo era que a legitimidade da descendência
elevava o rei acima dos grupos em tensão, tanto na consciência das diversas
camadas quanto na sua própria.
o
a "legitimidade" da descendência do rei acaba
aparecendo como uma garantia de que o soberano, levado ao poder com base no direito
vigente, não tem obrigações em relação aos outros grupos, nem está envolvido
unilateralmente com os interesses destes.
·
NOÇÃO DE
CULTURA: Uma
tal investigação poderia contribuir em
muito para modificar a noção atual de cultura.
o
Hoje em dia, o termo "cultura" é empregado
freqüentemente como se designasse um fenômeno livre e independente, pairando
acima dos homens e não em conexão com o desenvolvimento social de associações
humanas,
o
A cultura de corte foi se tornando uma cultura dominante no
decorrer dos séculos XVI e XVII, porque a sociedade de corte tornou-se a
principal formação de elite ao longo da progressiva centralização da estrutura
estatal, especialmente na França
·
Perguntar por que o
desenvolvimento tomou essa direção na Prússia e aquela outra na França quer
dizer, ao mesmo tempo, desdobrar o
problema da diferenciação dos desenvolvimentos nacionais como um todo.
Seria possível mostrar o significado que teve, para a formação da Prússia, o
fato de que a corte prussiana moderna precisou ser recriada segundo modelos
estrangeiros, enquanto na França, com um desenvolvimento gradativo ao longo de
séculos, ela ganhou uma determinada conformação tradicional, sem que fosse
preciso ser "criada".
o
Não só a estruturação
da nobreza é diferente na França e na Alemanha, ou melhor, na Prússia, mas também a estruturação da função pública;
os dois fatos estão intimamente ligados, um não pode ser compreendido sem o
outro.
o
Um dos aspectos característicos da função pública no Ancien Regime era a instituição da compra de cargos
oficiais. Independentemente de como isso surgiu, o fato é que se consolidou
de modo cada vez mais decisivo no decorrer do século XVI, com algumas
oscilações, sendo que no período de Henrique IV tornou-se praticamente
impossível suprimi-lo sem violentas reviravoltas nas relações sociais como um
todo. Ao longo de toda a sua estruturação, a realeza de corte do Ancien Regime
esteve ligada indissoluvelmente a tal instituição.
·
Abandonar a
nobreza à sua sorte era algo que não passava por sua cabeça.
o
não era só a tradição que o impediam de ter tais
pensamentos, mas também o equilíbrio das
estruturas de sua dominação. Ele não podia decidir livremente se ia
conservar a nobreza ou deixá-la sucumbir. Precisava dela sob vários aspectos
·
QUESTÃO: A
nobreza estava subjugada. Mas como suportava ela esse jugo, que era também uma
humilhação? Uma vez que estava vedada qualquer possibilidade de uma
resistência aberta, como ainda expressava sua resistência interna? 205
·
RESPOSTA: a nobreza
precisava do rei porque nesse campo social somente a vida em sua corte lhes
dava acesso às chances econômicas e de prestígio que possibilitavam uma
existência de nobres.
·
O rei precisava
da nobreza.
Além de todas as dependências específicas que foram questionadas ao longo deste
estudo da necessidade de convívio com a sociedade a que ele próprio pertencia e
de cujos costumes partilhava, e da necessidade de distanciamento de seu povo,
por meio dos serviços daquele estado que estava acima de todos os outros, em
termos de nível e de prestígio — além de tudo isso, o rei necessitava da nobreza para assegurar o equilíbrio de tensões
entre as camadas em que ele se apoiava. E um equívoco ver o rei apenas como
o opressor da nobreza; é igualmente um equívoco vê-lo apenas como o provedor da
nobreza. Ele era ambas as coisas. Também seria errôneo destacar apenas a
dependência da nobreza em relação ao rei. Até certo ponto, o rei também era
dependente da nobreza — assim como todo soberano autocrata também depende de
seus súditos, especialmente dos grupos de elite desses súditos.
o
Eles podiam compensar de tal modo todos as aflições e
humilhações que tinham de tolerar a serviço do rei — pela consciência de serem influentes na corte, pelas chances
financeiras e de prestígio de que se beneficiavam — que mesmo de acordo com
a maneira de pensar desses homens, a aversão ao rei e a exigência de se
libertar da sua pressão restringiam-se em grande medida.
o
se expressava de modo tortuoso, por exemplo nas conversas
com outros nobres. Essa atitude compensatória constituía um dos pólos na escala
de possibilidades em que a nobreza se movia.
o
UM nobre cortesão podia dar prioridade aos aspectos
negativos dessa relação ambivalente. Nesse caso, ele se permitiria,
pessoalmente — e talvez em círculos íntimos de confiança —, dirigir críticas severas ao governo do
soberano, fazendo planos secretos, para depois da morte do rei, que
possibilitariam à nobreza, sobretudo à alta nobreza, recuperar seus direitos
perante o rei e os ministros de origem burguesa. 205
·
NOBREZA: CAMADA
SEM FUNÇÃO 210
o
a nobreza foi
perdendo passo a passo muitas das funções que tivera até então, nesse campo
social, para os grupos burgueses; ela perdeu as funções administrativas,
judiciárias e, em parte, até as funções militares para membros das camadas
burguesas; mesmo a parcela mais significativa das funções de um gouverneur
estava nas mãos de burgueses.
o
HAVIA um encadeamento de funções dentro do qual, direta e
indiretamente, cada camada ou grupo do campo social em questão satisfaz
necessidades de cada um dos outros grupos, portanto um encadeamento de funções
como os que são encontrados às vezes em nações profissionais-burguesas. MAS A
nobreza do Ancien Regime não tinha nenhuma função para a "nação".
o
EMBORA TIVESSE UMA
FUNÇÃO PARA O REI, A soberania deste tinha como pressuposto a existência de
uma nobreza que contrabalançasse as camadas burguesas, assim como a existência
e a força de camadas burguesas como um contrapeso à nobreza. 211
·
Uma das
questões centrais da sociologia, seja saber de que modo e por que os indivíduos
estão ligados entre si, constituindo, assim, figurações dinâmicas específicas.
213
o
nos distanciamos da teoria da sociologia nominalista (O nominalismo é a doutrina que não admite a
existência do universal nem no mundo das coisas, nem no pensamento),
o
Em oposição a tais orientações nominalistas da sociologia, a investigação das formas sociais como
figurações de indivíduos interdependentes prepara o caminho para uma sociologia
realista. Pois o fato de os homens não se apresentarem como seres
totalmente fechados em si mesmos, mas sim interdependentes, constituindo
diversas figurações em sua convivência, pode ser observado e comprovado por
meio de investigações empíricas. 214
·
Luís XIV foi um
homem insignificante mas um rei significativo.
o
Não se pode determinar o valor de alguém sem considerar seu
percurso no âmbito de sua interdependência, de sua posição e de sua função em
relação aos outros.216
o
A noção de que as investigações sociológicas nivelam e
igualam os homens como indivíduos só é justificada na medida em que se faz uso,
na pesquisa, de teorias e métodos sociológicos que tratam os fenômenos sociais
não como figurações de indivíduos, mas como fenômenos que existem fora e além
dos indivíduos. Quando percebemos o indivíduo
como uma pessoa em figurações que ele constitui junto com outras pessoas, isso
aprofunda e dá vigor a nossa compreensão da individualidade 218
***
CAP
8 - Sobre a sociogênese do romantismo aristocrático no processo de curialização
·
No período de
transição em que uma parte da nobreza cavaleiresca da França, reforçada por
alguns elementos da burguesia ascendente, transformou-se em uma nobreza
aristocrática de corte, na primeira fase
do processo de curialização, é possível observar alguns dos fenômenos muitas
vezes associados apenas ao desenvolvimento recente e, em especial, aos
processos de industrialização e de urbanização industrial.
·
VIDA NO CAMPO
IDEALIZADA: exame das tendencias românticas na corte
·
O
desenvolvimento da imagem humana a partir daquilo que vivenciamos como
"natureza" é um dos aspectos do desenvolvimento global da sociedade.
233
o
não evocavam a
vida no campo, a vida "natural" como ela realmente era; de acordo com
suas convenções sociais, ela aparecia com um disfarce idealizado: a vida
de pastores com as quais sonhavam não tinha quase nada a ver com a vida real,
trabalhosa e muitas vezes bastante pobre, dos verdadeiros pastores.220
o
o romantismo pastoral, que já aparecia prefigurado como tema
episódico nos romances de cavalaria, expressa a nostalgia dos fidalgos da corte
e de suas damas pela vida no campo, embelezada pelo brilho da distância.
·
critérios do
desenvolvimento da sociedade que no futuro poderão servir como base para
comparar diversos estágios de desenvolvimento, portanto
também para determinar a orientação do desenvolvimento em cada estágio.
o
1 Entre os mais simples desses critérios encontra-se o número de contatos rotineiros que pessoas
de diferentes camadas, de diferentes faixas etárias ou gêneros têm, em
determinado estágio de desenvolvimento da sociedade.
o
2 Outros critérios são
o número, a duração, a densidade e a estabilidade das redes de
interdependências que tais indivíduos constituem junto com outros indivíduos em
determinado estágio de desenvolvimento, dentro de um continuum
espaçotemporal em comparação com estágios anteriores ou posteriores.
o
3 Podemos mencionar ainda os equilíbrios de tensões centrais de uma sociedade: o número de
centros de poder aumenta com a progressiva diferenciação das funções; a
distribuição irregular de poder diminui — sem chegar a desaparecer.
o
E, por fim, entre esses critérios está o nível dos três meios fundamentais de controle dos indivíduos na
sociedade:
§ o controle
sobre os acontecimentos naturais extra-humanos,
§ o controle dos
indivíduos sobre os outros indivíduos,
§ e o controle de
cada homem singular sobre si mesmo.
Estes também se alteram de estágio para
estágio, de uma maneira característica, embora não apenas no sentido de um
simples acréscimo ou decréscimo.
·
o que há de
comum entre essas tendências românticas é seu caráter de sintoma das
frustrações emocionais específicas, que têm conexão com a transição para
uma rede de interdependências cada vez mais abrangente e diversificada e, como
foi dito, para coerções de dominação e autocoerções igualmente diversificadas.
o
Diante da pressão de tais coerções, o homem procura a salvação em imagens oníricas que lhe mostram,
projetada no passado, uma vida mais livre, simples, natural, menos pressionada
pelas coerções.
o
intensificam-se os traços de valor negativo na imagem de seu
próprio presente, do qual anseiam escapar;
o
A função que as imagens
idealizadas da vida no campo têm, na sociedade de corte do Ancien Regime,
ilustra essa função de um passado que contrasta com as coerções e as
calamidades do presente. A evocação da
vida simples no campo liga-se, muitas vezes, ao anseio por uma liberdade e
espontaneidade que um dia existiram mas agora desapareceram. 229
o
JARDIM DO PALÁCIO - De acordo com o gosto do rei, as árvores
e plantas em seu jardim devem ser agrupadas em formas regulares, facilmente
distinguíveis, como os cortesãos durante as cerimônias. As copas das árvores e
os arbustos devem ser cortados de tal modo que desapareça qualquer vestígio de
crescimento desordenado, descontrolado. As aléias e os canteiros devem ser
dispostos de modo que a composição do jardim mostre a mesma clareza e elegância
da articulação encontrada na arquitetura das construções reais
o
Só com o
processo de curialização e de urbanização é que os campos e aldeias, planícies
e montanhas tornaram-se, por contraste, um espetáculo que se desenrola à
distância.
E quanto mais a corte absolutista se consolidava, maior a força e a
determinação desse caráter de paisagem atribuído à natureza, uma paisagem em
que a sociedade da época se refletia. 233
o
Nas mãos dos
pintores de corte, a natureza torna-se uma espécie de cenário nostálgico da
vida cortesã,
uma paisagem clássica de início, depois barroca e, finalmente, rococó, em
conformidade com o desenvolvimento da própria corte e da sociedade de corte.
233
·
A figuração dos
indivíduos na corte, a estrutura das interdependências em que eles se encontram
envolvidos e a forma das coerções a que se encontram submetidos dão
continuidade, em certo sentido, às figurações, às estruturas de
interdependência e à coerção das fases precedentes. 235
·
CRITICA A MARX
– 235
·
Na realidade, estamos lidando com uma mudança gradual dos agrupamentos humanos em torno da corte, ou,
dizendo de outro modo, uma mudança da estrutura da corte 236
·
NOÇÃO DE UMA CONTINUIDADE ABSOLUTA - a expressar não
só a continuidade quantitativa, como também a relativa descontinuidade da
figuração, o caráter sociológico mutante, a transição para um outro gênero de
figuração 238
o
Em processos de
desenvolvimento social de longa duração, não há nem começos absolutos nem
causas absolutas. 239
·
Foi sobretudo
esse aspecto da distância social entre a corte e o campo, a discrepância entre
a grande complexidade e diversidade da vida na corte e a relativa simplicidade
da vida em grupos no campo, que levou os cortesãos ao sentimento de nostalgia
pelo campo, de alienação da vida simples, de idealização de uma vida campestre
idílica.
Justamente porque se tratava de uma imagem idealizada, ela era bastante
compatível com o desprezo pela nobreza de província e pelos camponeses,
acompanhado de um certo asco pela vida no campo como ela realmente era 240
o
O que determina
o tom tipicamente romântico do ideal de uma vida bucólica, transformado
em ideal inatingível, são as coerções
das interdependências da corte de que falamos antes: coerções que os
indivíduos formadores da corte exercem uns sobre os outros e que impõem a cada
um dos cortesãos uma autodisciplina severa já relativamente diversificada e
abrangente 241
o
Os fenômenos
designados com palavras como "alienação" ou "romantismo"
permanecem incompreensíveis em sua estrutura enquanto não incluirmos, na
fundamentação teórica de tais conceitos, sua conexão com o desenvolvimento de
mecanismos específicos de autocoerção, como elementos integrantes dos
indivíduos.242
·
IMPULSO DE
DISTANCIAMENTO
o
podemos apreender melhor o processo em que nós mesmos nos
encontramos caso tenhamos consciência de que o impulso de distanciamento renascentista, no decorrer do qual os homens aprenderam a conceber a
diversidade dos fenômenos naturais como "natureza", é apenas um
processo parcial de um impulso de distanciamento mais abrangente.
o
A couraça das autocoerções, as máscaras que os homens
singulares das elites de corte desenvolvem então, como parte deles mesmos, de
sua própria pessoa, a um ponto que nunca fora alcançado antes, são coisas que
também aumentam a distância entre os indivíduos. 244
o
existe ainda um outro
impulso de distanciamento que faz parte do contexto geral dessa mudança das
interdependências humanas, constituindo um processo parcial determinante. Um
aspecto central do novo patamar que os membros das sociedades europeias começam
a atingir, a partir do final da Idade Média, é uma elevada capacidade de autodistanciamento. Essa capacidade
também está intimamente ligada, do ponto de vista estrutural, ao
desenvolvimento de uma couraça mais forte para proteger o indivíduo, na forma
de um autocontrole, às vezes mais, às vezes menos automático. 245
·
As mudanças de
que falamos anteriormente não são apenas mudanças de idéias consignadas em
livros, mas mudanças ocorridas nos
próprios homens em conseqüência das mudanças que marcaram as figurações que
eles formam uns com os outros. É de tais mudanças dos homens que se trata
quando falamos de uma individualização mais intensa 246
·
ROMANCE ARTREIA
249 - O
romance descreve o mundo utópico de urna nobreza que se tornava cada vez mais
aristocrática, cada vez mais uma nobreza de corte.
***
CAP
9 - Sobre a sociogênese da Revolução
·
Nas sociedades pré-industriais,
a desigualdade na distribuição dos centros de poder é muito grande em relação à
que existe nos Estados nacionais desenvolvidos e industrializados.
·
QUESTÃO: em que
circunstâncias um deslocamento de poder de longa duração, no âmbito de uma
sociedade estatal, leva a uma ação violenta contra os detentores do monopólio
da violência física?
§ uma luta da
burguesia contra a nobreza (camada dominante), não passa de uma simplificação
dos acontecimentos. 268
§ nível social e poder
social não coincidiam mais
§ Em razão dessa
discrepância entre nível social e poder social, é falso falar de "camada dominante" caso reservemos essa
denominação, como às vezes se costuma fazer, apenas à nobreza do Ancien Regime,
em lugar de se perguntar que divisão efetiva do poder de Estado no Ancien
Regime se escondia por trás da definição jurídica da nobreza como ordem
privilegiada homogênea.
§ O que foi dito
antes deve ser suficiente para mostrar por que, na compreensão do
desenvolvimento estrutural do Ancien Regime, é um equívoco considerar o esquema simples da hierarquia de níveis
sociais como se fosse idêntica à hierarquia de poder. No caso da hierarquia
dos níveis sociais, talvez seja possível posicionar a nobreza como a camada
dominante. Quando observamos a distribuição do poder, descobrimos que, séculos
antes da Revolução, as formações sociais de origem burguesa e as formações
sociais de origem nobre lutavam pela supremacia sem que nenhum dos dois grupos
fosse capaz de derrotar definitivamente o outro, ou mesmo de obter sobre ele
uma preponderância definitiva.269
§ Não é possível
compreender corretamente a explosão de violência se levarmos em consideração
apenas as coerções que pesavam sobre as camadas inferiores, que acabaram por se
revoltar; só podemos compreendê-la se também considerarmos as coerções a que
estavam submetidas as elites, as camadas superiores, ou seja, as camadas contra
as quais a irrupção da violência se dirigiu. 270
·
Quando, no curso do desenvolvimento de longa duração de uma
sociedade, as forças sociais de suas diversas camadas e grupos se deslocam de
tal modo que grupos relativamente mais fracos, até então excluídos do acesso ao
controle do monopólio central tornam-se socialmente mais fortes em relação às
camadas até então privilegiadas, existem no fundo apenas três possibilidades de resolver os problemas surgidos de uma tal
alteração do equilíbrio de poder.
§ 1 A primeira é a admissão institucionalmente regulada, como
parceiros das elites monopolistas, de representantes dos grupos sociais que se
fortaleceram em relação à posição de poder e decisão que proporciona o controle
do monopólio do poder.
§ 2 A segunda é a tentativa de imobilizar os grupos que se
fortaleceram
em sua posição subordinada com concessões, principalmente econômicas, mas sem acesso ao monopólio central.
§ 3 A terceira se baseia na incapacidade das elites
privilegiadas, condicionada socialmente, de perceber que as relações
sociais se alteraram, e com elas as relações de poder. Na França, assim como
mais tarde na Rússia e na China, as elites monopolistas pré-industríais do
antigo regime seguiram o terceiro caminho.
·
essa a
figuração que levou à irrupção da violência na Revolução Francesa. Ao longo do
desenvolvimento da sociedade de Estado francesa alterou-se a força latente dos
diversos quadros sociais em sua relação mútua 273
§ A distribuição
efetiva das chances de poder entre eles se deslocou de tal maneira que não
estava mais de acordo com a distribuição do equilíbrio de poder ancorada na
rígida carapaça institucional do antigo regime.
§ tudo isso impedia a transformação pacífica das instituições e sua
adaptação à nova divisão de forças. Portanto, era muito grande a chance de uma
transformação violenta
FONTE: ELIAS, Norbert. A sociedade de corte: investigação sobre a sociologia
da realeza e da aristocracia de corte. Tradução: Pedro Süssekind; Prefácio,
Roger Chartier. - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2001.
Disponível em: https://construindoumaprendizado.files.wordpress.com/2012/12/elias-norbert-a-sociedade-da-corte.pdf
1 comentários:
Olá! Estou gostando muito do seu blog e acabei de compartilhar o link no meu grupo de Letras no WhatsApp.
Mas não consegui encontrar arquivos sobre Prática como Componente Curricular (PCC). Estou procurando sobre, pra ter uma ideia de como fazê-los.
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