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Alfred Louis Kroeber (1876 - 1960) em seu artigo intitulado, “O Superorgânico” (1917), trás a discussão que visa elucidar a diferença que separa o orgânico e o cultural. Neste artigo Kroeber apresenta a natureza da cultura, que segundo ele é a atividade humana que transcende o plano do orgânico. Assim a cultura é o que o homem acrescenta à Natureza, em virtude da sua própria atividade criadora, ou seja, é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores, enquanto o orgânico seria o que está aí, sem qualquer intervenção prévia do homem. Assim, o orgânico estaria essencialmente ligado aos processos hereditários. Para ratificar isto, nosso autor parte da análise de diversas sociedades, e ao estudá-las ele mostrar o que elas têm em comum, apontando o desenvolvimento histórico e cultural delas e o impacto da cultura sobre a natureza.
Kroeber considera que o homem é um ser superorgânico. Ele é possuidor de cultura, e uma cultura tem uma "vida própria", que é simbólica em vez de genética. É deste modo uma "coisa viva". Que opera entre os seres humanos, então a um nível mais elevado de complexidade que o orgânico. É, portanto “superorgânico”, justamente por que não necessitar criar possibilidades para modificar seu aparato biológico, pois o mesmo transforma a natureza a sua volta, habitando-a as suas necessidades e não ao contrário. Em outras palavras, o homem, diferentemente dos animais, rompe as barreiras das diferenças ambientais e transforma toda a Terra em seu hábitat. E, através das culturas que se desenvolveram, o homem passou a depender muito mais do aprendizado do que da hereditariedade, deste modo, suas ações e atitudes não estão geneticamente determinadas. Pois a cultura, que é um processo acumulativo, mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem e justifica suas realizações. Em outras palavras, algumas coisas de nossas vidas e constituição provêm da natureza pela hereditariedade, e outras coisas nos chegam através de agentes com os quais a hereditariedade nada tem a ver. Assim, os filhos biológicos de uma família negra também nascerão negros, pela atuação de forças hereditárias.
Em linhas gerais, Kroeber busca neste artigo expressar todo o amplo sentido de cultura e sua evolução histórica, empregando múltiplos exemplos e diversos autores para ilustrar seu texto com o propósito de mostrar a diferença entre costumes humanos (cultura) e natureza, além de reforçar a diversidade de fatores que aludem este debate. Assim sendo, o homem é um animal social, um organismo social. Ele tem constituição orgânica, mas tem também civilização.
16 comentários:
Olá...
Bom texto, parabéns
Ótimo texto. Parabéns.
quem é o heródoto que ele se refere?
muito bom, bem resumido e explicativo
Interessante esse texto, mas não diria que seja uma resenha, mas sim um resumo.
Amei, excelente texto.
MUITO BOM!
Muito bom e objetivo. Parabéns!
topppppppppp
QUEM ACHOU ESSE TEXTO EM 2019?
Parabéns! Ajudou a montar o meu seminário a respeito do tema Cultura.
Gostei muito da explicação. Hoje pude conhecer um pouco mais sobre o que é "superorganico".
bom dia, você tem o artigo de Kroeber completo? gostaria de ler o superorganico no formato em pdf
Eu achei está resenha muito bem escrita, até me convenceu a ler o " Superorgânico".
Bem resenhado. Obrigado!
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